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Há muito tempo que a toxina botulínica foi ganhando diferentes campos além do mais conhecido, a estética. O uso da toxina, popularmente conhecida como “botox”, vem sendo a principal indicação para diferentes condições físicas, como a distonia e espasticidade, que ocorre com frequência após Acidentes Vasculares Encefálicos (AVE), lesão medular e inclusive casos de paralisia cerebral, principalmente em crianças.

No caso da espasticidade, que ocorre comumente em pacientes após o AVE, há a presença de contrações musculares involuntárias que podem ter diversas consequências, como: dores, dificuldade de alongar o membro livremente, tomar banho, andar, etc. Os músculos ficam contraídos de maneira excessiva, o que dificulta a realização de movimentos para andar, para calçar sapatos, vestir suas roupas, realizar higiene ou até mesmo o posicionamento de membros. 

A toxina botulínica age reduzindo a contratilidade daquele músculo onde foi aplicada. Ela potencializa a eficácia da fisioterapia e das órteses, facilitando o posicionamento e alongamento dos membros, bem como reduzindo a “contração fora de hora” dos músculos.

O uso da toxina traz vantagens como: permitir o relaxamento da musculatura, ser mais tolerada que relaxantes musculares, contribuir com a redução da dor, que geralmente é associada a esse tipo de contratura, entre outras.

Um dos benefícios é a ausência de efeitos colaterais sensoriais ou cognitivos, o que ajuda muito na recuperação, com efeito positivo na qualidade de vida dos pacientes e seus familiares. Além disso, a aplicação tem efeito sustentável e reversível, já que o efeito dura cerca de quatro a cinco meses..  

A toxina botulínica também pode ser usada para o tratamento de dores neuropáticas, como a Neuropatia Pós-Herpética e a Enxaqueca. As aplicações são feitas em pontos diversos, o que leva com que os nervos da região captem essas moléculas e as tragam para dentro do nervo. De lá, a toxina botulínica reduz o disparo desses nervos, ajudando no controle da dor. 

A toxina botulínica também ajuda e muito em distúrbios motores nas crianças com paralisia cerebral e, hoje, o tratamento com a toxina botulínica é referência para esses quadros. Ao melhorar as condições gerais desses pacientes, a técnica otimiza os demais processos terapêuticos, facilita o manejo e, sobretudo, proporciona maior conforto e qualidade de vida para essas pessoas.

A toxina pode ser aplicada em qualquer parte muscular do corpo, variando de acordo com o grau de força muscular e da lesão. No tratamento da espasticidade e distonia, observamos efeito em cerca de 3 a 4 semanas. E, como todo Fisiatra sabe, a toxina botulínica é só uma parte do tratamento integrado desses sintomas. É necessário realizar as demais orientações para haver um controle de sintomas adequados.

Sobre o Dr. Victor Leite

Médico graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), com Residência em Fisiatria pelo Hospital das Clínicas da USP e Fellowship em Reabilitação Oncológica pelo Memorial Sloan-Kettering (EUA). Atua principalmente nas áreas de reabilitação oncológica, incluindo o manejo de dor, linfedema, fraqueza muscular, neuropatias periféricas e procedimentos guiados por ultrassom. Atendimento na cidade de São Paulo.

As informações disponíveis neste site possuem apenas caráter educativo. Apenas uma avaliação com um profissional médico possibilitará o diagnóstico de doenças, a indicação de tratamentos e a prescrição de remédios. 

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