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A mastectomia é uma cirurgia necessária na maior parte dos tratamentos do câncer de mama. O processo pode ser feito de diferentes formas, de acordo com o tipo de cirurgia e na quantidade de tecido que será removido. Existem desde cirurgias em que há apenas remoção de um nódulo até cirurgia nas quais é necessária a remoção de todos os músculos da área, bem como de linfonodos, pele e mamilo.

É importante que antes da cirurgia haja uma avaliação da mobilidade do ombro. Desse modo, é possível realizar um programa de reabilitação antes da cirurgia para prevenir essas complicações. Em seguida, após a cirurgia, é importante realizar um programa de reabilitação precoce, conforme cada estágio pós-cirúrgico, para recuperação precoce da mobilidade do braço afetado. Porém, mesmo com cirurgia e reabilitação adequada, é possível que o paciente permaneça com dor na região peitoral ou do ombro, chamada de Síndrome Dolorosa Pós-Mastectomia.

A Síndrome Dolorosa Pós-Mastectomia pode ocorrer em até 20% dos pacientes tratados com cirurgia, e são mais comuns em quem fez radioterapia, quimioterapia e esvaziamento axilar. Essas dores tem diversas apresentações clínicas, e frequentemente tem mais de 1 causa.

Por que ocorre a síndrome da dor pós-mastectomia?

Ainda não se sabe a causa exata para algumas pessoas apresentarem essa dor, e outras não. Porém, sabe-se que a quantidade de intervenções na região (cirurgias, radioterapia, quimioterapia, infecções pós-cirúrgicas) são fatores de risco para desenvolver essa síndrome. Elas podem ter diversos componentes, como por exemplo: dores musculares, dores da articulação do ombro e dores de nervo.

Como é feito o tratamento?

O tratamento depende dos componentes envolvidos com a dor em cada caso, bem como do histórico de tratamentos prévios de cada paciente. O Fisiatra geralmente utiliza uma combinação de exercícios, medicações orais, locais e infiltrações. Exercícios de alongamento e fortalecimento, eletroterapia (“choquinho”), e calor local podem ser usados. O importante é buscar orientação com um profissional especializado, para descobrir quais são os tratamentos mais adequados no seu caso.

Frequentemente prescrevemos fisioterapia nesses casos, praticando técnicas de fortalecimento e alongamento, com o estímulo nervoso das áreas dolorosas dessensibilização da pele.

Alguns casos permanecem com dores crônicas, apesar do tratamento. Nesses casos, o objetivo é reduzir a intensidade da dor ao ponto em que seja possível retomar a maior parte das atividades diárias. A demora para iniciar o tratamento dessas dores pode resultar em incapacidades de difícil tratamento, com grande impacto potencial na vida dos pacientes. Ou seja, quando uma dor surge durante o tratamento do câncer, não se deve “esperar passar” ou achar que “é assim mesmo”. Há tratamento, e deve-se iniciar o mais breve possível.

Sobre o Dr. Victor Leite

Médico graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), com Residência em Fisiatria pelo Hospital das Clínicas da USP e Fellowship em Reabilitação Oncológica pelo Memorial Sloan-Kettering (EUA). Atua principalmente nas áreas de reabilitação oncológica, incluindo o manejo de dor, linfedema, fraqueza muscular, neuropatias periféricas e procedimentos guiados por ultrassom. Atendimento na cidade de São Paulo.

As informações disponíveis neste site possuem apenas caráter educativo. Apenas uma avaliação com um profissional médico possibilitará o diagnóstico de doenças, a indicação de tratamentos e a prescrição de remédios. 

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